Romance mediúnico lançado em 2005 pela Editora Vida & Consciência, de autoria do espírito Marco Aurélio e psicografado por Marcelo Cezar.

Anos 60. Miguel é um empresário que foi enganado pelo contraventor Ramirez e se viu na falência. Desesperado, resolve dar um fim em sua vida. Miguel é casado com Guilhermina, amante de Ramirez e tem 2 filhos: Luis Carlos, um playboy paparicado pela mãe, que vive na boemia e Ana Paula, moça tímida e reprimida que nunca se interessou pelas rodas sociais.

Suzana era a secretária de Miguel e foi ela quem achou o corpo do empresário. É filha do médium Odécio e de Adélia e irmã de Fernando. Desempregada, ela busca emprego na metalúrgica onde seu pai trabalha a anos. Já Ana Paula, com a morte do pai decide sair de casa assim que Guilhermina leva Ramirez para morar com eles. Ana vai para a pensão de Dona Guiomar, amiga de sua avó Albertina, espírito que irá amparar a neta durante toda a trama.

Ramirez é cafetão e ligado ao jogo do bicho. Junto com Guadalupe, sua amante e amante de Luís Carlos, decide aplicar um golpe na filha do traficante de drogas Otto Hermann. Maria Cândida, moça desprovida de atributos físicos será presa fácil para um jovem bonitão como Luís Carlos, que ficará com a incumbência de conquistar a jovem.

Odécio é médium passista há muitos anos em um centro espírita. Com a chegada do novo dirigente Durval, que vem com a missão de modernizar os atendimentos, Odécio se revolta e abandona o trabalho mediúnico, se convertendo ao protestantismo, claro, influenciado por entidades trevosas, o que o leva a grave processo obsessivo.

Temos até a ilustre presença do guardião Sr Exu João Caveira (Laroyê!), que é o espírito designado a cuidar de Miguel no plano astral.

Outro trecho interessante é sobre Maria Cândida, que desiludida da vida decide seguir para Uberaba com seu primo Ernani, psiquiatra da equipe do Dr. Inácio Ferreira.

O livro é ótimo! Li em menos de 24 horas. Segue o mesmo formato das demais obras de Marcelo Cezar e Marco Aurélio, no gênero folhetim. São tramas repletas de emoção, com rápido desenrolar da história e que prende mesmo nossa atenção. São livros que unem entretenimento com estudo doutrinário. Possui 368 páginas e boa arte gráfica.

Trechos:

Miguel até mesmo parou de sentir dores. O estado de estupefação era maior do que qualquer dorzinha. Estaria em delírio? O espírito respondeu de pronto:
— Você não está louco, meu caro. Isto tudo é real.
— Não é possível! Quem poderia estar conversando comigo neste buraco?
— Ora, meu amigo, eu tenho livre acesso nesta área.
— Livre acesso? — inquiriu Miguel, sem entender.
— É. Eu sou o guardião deste cemitério.
— Hã?
— É isso mesmo, gente boa. Eu sou o chefe do cemitério. Você está com sorte.
— Eu? Sorte?
— E como!
— É louco?
O espírito deu uma gargalhada.
— Já fui. Hoje não mais o sou.
— Quem é você?
— Prazer, meu nome é João Caveira. Mas pode me chamar simplesmente de João. E o
seu?
— Mi… Miguel — respondeu ele, apreensivo.
— Foram às orações de sua mãe e de seus filhos que me ajudaram chegar até aqui

— Aí você se engana, Ana Paula. Os espíritos sejam do bem ou do mal, só podem se aproximar de nós com a nossa permissão. Ninguém pode chegar e encostar, como se diz, na gente. Só com nossa permissão. E isso acontece através de atitudes, crenças, padrões semelhantes.
— Então nem mesmo nesse caso há vítimas?
— Não. Isso é criação da Igreja, para diminuir o poder do homem. Concordo e recomendo que uma pessoa espiritualmente perturbada mereça tratamento espiritual adequado. Mas é tudo temporário. A cura efetiva vem no momento em que o obsedado passa a mudar seu comportamento, procura rever atitudes e padrões de pensamento que atraíram situações desagradáveis ou entidades infelizes ao seu lado. Não se esqueça de que, do mesmo jeito que atraímos os infelizes, também podemos atrair os espíritos de esferas superiores, que muito podem nos inspirar e nos orientar nesta vida.
— Isso é verdade. Há espíritos de toda sorte no mundo. 

— O chefe vai ficar muito contente com nossa competência. Conseguimos afastar mais um.
— Sei não, Zé. Acha que manter esse homem lá na igreja vai ser boa coisa? Sabe que ele
paga o dízimo meio a contragosto. Ele é meio muquirana.
— Ele se acostuma. Daqui por diante os próprios pastores vão fazer a nossa parte. Não precisamos mais ficar aqui.

 
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